15 março, 2011

Pânico em saltos altos



Chegou o dia, a hora está próxima. Anda à tempo indeterminado a pensar no momento, naquele momento. Seja um casamento, uma festa ou simples saída a noite com uns amigos. Um dos grandes dilemas da sua cabeça, os saltos altos. Bom era se fosse só isso. São os saltos, a roupa a maquilhagem, o casaco, os brincos, o colar as pulseiras e o penteado. Mil e uma combinações, quando está prestes a decidir, muda tudo e volta à estaca zero. Entra em pânico. É frequente, que aos pormenores de fora, imaginados para agradar um outro alguém que por acaso passe por ela e repare na sua existência,  se juntem as dores psicológicas horas antes do acontecimento, dores nos pés, dores de cabeça, e o pum pum pum que já não saí dos seus ouvidos mesmo antes da sua entrada. Ainda não saiu de casa e já pensa no que irá acontecer. Programa tudo ao pormenor, decidiu finalmente o que usar naquele dia e aquela hora. Olha para o relógio de cinco em cinco segundos, o tempo parece insistir em não passar. Não tem nenhuma noite por aí além combinada, mas sente que algo está p'ra vir. As assombrações voltam ao ataque - e se a maquilhagem não aguenta? e o cabelo vai ficar esplendoroso toda a noite? não vou eu tropeçar entre os saltos e o vestido numa das enumeras pedras da calçada desnivelada. Enfim, instalou-se  a incerteza, de repente sente que nada daquilo está bem. Deixou de sentir-se bem.
Está pronta para sair, o carro está lá em baixo à sua espera, desce uma escada de cada vez tentando não cair por ali... quando chegou a meio destas voltou p'ra trás. Colocou as chaves na porta mais depressa do que alguma vez o tinha feito, entrou como um furação pelo quarto a dentro e revolucionou tudo a sua volta de tal maneira que, tudo se transformou. O belo do vestido provocador deu lugar à camisola semi-decotada e às calças de ganga com um ligeiro corte no joelho. Os saltos altos, para os quais precisava de horas de treino para manter o equilíbrio foram rapidamente substituídos pelas belas botas de imitação de uma marca qualquer sem marca. Os cabelos foram soltos para apenas poderem esvoaçar juntamente com movimentos corporais imaginários que já surgiam na sua cabeça. Pegou na mala  mínima que leva sempre, saiu a correr entrou no carro e não olhou mais p'ra trás, as assombrações deixaram de existir. Era sem dúvida ela própria e não uma boneca de porcelana que se ia passear pelas ruas como tantas outras que lá estavam quando chegou.


Nota: fictício o acontecimento,
real o pânico dos saltos.

17 comentários:

  1. É incrivel como noite após noite as coisas requerem um cuidado e uma atenção especiais. Está-se sempre a espera que tudo seja perfeito, tudo seja inesquecível. Que façamos as coisas bem feitas, que vamos ao encontro das pessoas certas no meio da confusão.
    E não não é mentira que noite após noite se tenha notado que as coisas mudam, mas mudam para melhor. Cada vez a diversão é maior, o avontade cresce a olhos vistos. E não, não são como as bonecas que aparecem e acham que controlam tudo. Aqui a realidade é que se controla e é uma optima sensação. Que haja muitas

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  2. ah metadji, sabes que as nossas noites são uma coisa por demais, seja de saltos agulha ou sandálias de cunha, de botas ou de ténis, de chinelos ou sabrinas, com vestidos ou calças de ganga, de calções ou mini-saias :'$ E cada vez vão existir mais e mais :)

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  3. E além de existirem, elas vão se tornar cada vez mais únicas, nós vamos ficar cada vez mais em altas. E nada, nada mesmo nos vai parar. Nada nem ninguém

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  4. mas temos que por uma nova regra, na nossa lista: não curtir a noite com amigos !

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  5. Sim acho que temos que começar a estabelecer umas quantas regras necessárias

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  6. uma delas: levar o moche ! ahah gastei bué dinheiro a pala de teres atendido e nao termos ouvido nada e nas cinquenta mensagens q te mandei aahaha

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  7. sim também acho, fartei-me de te ligar e o telemovel em casa ahah

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  8. ahaha sabes que o topo fica em casa, noites de loucura nunca foram compativeís com telemoveis com valor superior a 5€ ahahah

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  9. ahah epa ya, mas trocas po antigo é que uma pessoa quer te contactar e não dá ahah, e como já percebeste as vezes perdemo-nos um bocado e é complicado :P

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  10. ahahah eu vou começar a pensar nesse promenor :p

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