29 janeiro, 2011

O dom da palavra

A ideia que não procura converter-se em palavra é uma má ideia,
a palavra que não procura converter-se em acção é uma má palavra. (Chesterton)
Todos falam em dons, todos procuram o seu. Todos o querem mostrar, no entanto há sempre aqueles que desconhecem o significado desta palavrinha tão pequena e tão grande em simultâneo. Cada um tem o seu? Talvez sim talvez não. Mas, existe um dom comum a toda a gente, cabe a cada um de nós saber usufruir dele. Saber dar-lhe o valor que ele tem. Tratá-lo com o mesmo respeito que se trata qualquer outra coisa. Que dom será este que consegue chegar a todos e a nenhum ao mesmo tempo? É simples identificá-lo, difícil é explicá-lo. O dom da palavra. Tão global e tão independente. Nasceu para estar em todos, igualmente em casa um de nós, mas um facto, uma grande realidade é que nem todos o sabem usar. Na verdade, são muitos os que o desperdiçam, exactamente por não saber o valor daquilo que lhes deram, mesmo sem o pedirem. Tantas maneiras de o usar. As palavras podem ser tanta coisa. Podem ter tantos significados, podem ser a mesma ou coisas diferentes tendo em conta o contexto ou até simplesmente a forma como são ditas. Podem ter a mesma escrita e significados diferentes. Podem ter o mesmo som e não nos dizerem a mesma coisa. Existe tantas maneiras de serem expressadas, cada um fá-lo da maneira que para si é mais fácil. Existindo também aqueles que não conseguem de todo fazer uso dela e mostram o que querem passar a outrem de uma outra forma. Há quem as escreva, há quem as cante, quem as fale em discursos enormes, quem as use todos os dias no seu melhor ou quem as use só quando realmente quer dizer algo importante. Há quem as junte e consiga palavras e palavras que se unem entre si  formando frases únicas, que por sua vez se cruzam umas com as outras e formam textos enormes que podem muitas vezes contar coisas que nem esperamos nas entrelinhas. Que na generalidade ninguém liga.
Parecendo que não, a palavra é uma arma como outra qualquer. Não mata mas moí. se for usada para tal. Uma vez disseram-me que a palavra era a maior arma que o homem tinha e insistia em não fazer uso apropriado dela. É verdade. Uma palavra dita na hora certa pode doer muito mais que uma chapada dada num momento em que agimos de cabeça quente. A última doí no momento, fica quente vermelho e passa, mas só doí ali. Uma boa palavra usada no momento certo pode ferir expectativas, pode deitar tudo a perder em segundos. Pode nunca mais passar. Por outro lado, pode fazer de nós as pessoas mais felizes do mundo quando nos dizem aquilo que tanto esperávamos ouvir, quando vem acompanhada do momento especial, quando vem de um alguém especial. Quando simplesmente, aquela palavra complementa as acções que a acompanham ou que surgiram depois dela. A palavra é a minha arma, dou-lhe o uso que acho indicado. Usua-a quando tem que ser. Posso fazer alguém feliz e posso magoar alguém até não poder mais. Já o fiz e é certo que tu também. Se não foi de uma maneira foi de outra. Mas uma coisa é certa, as mais belas e sinceras palavras são aquelas que vêm de dentro e embora falem por si, nunca foram nem serão pronunciadas.

27 janeiro, 2011

Escrevi ao meu futuro...

...espero que não seja duro. Nunca pensei muito nisto, mas agora é a única coisa que me saí. Já é difícil saber o que esperar ou escrever de algo tão incerto, quanto mais escrever para uma coisa assim, dizer o que espero dele. Sempre achei  um tanto ou quanto desapropriado chegarem ao pé de mim aos cinco anos e perguntarem-me o que queria ser quando fosse grande, confesso que disse quase sempre o mesmo. Os anos passaram a eu continuava a dizer o mesmo. Achei completamente parvo chegarem ao pé de mim aos catorze anos com uma folha e dizerem-me que tinha de escolher uma escola e um curso por onde seguir. Eu não tinha nada em mente. Achei completamente impensável chegar aos dezassete anos e obrigarem-me a escolher um curso definitivamente e ir para uma faculdade. Escolher eu até consegui escolher, a faculdade ficou pelo caminho (por agora). Como é que eu vou escolher uma coisa para fazer toda a minha vida quando ainda a pouco tempo tempo saí da idade dos porquês? Como é que te pedem para decidires a tua vida justamente na altura em que estás constantemente perto de perder a cabeça, porque és jovem, porque tens de viver tudo, porque é bom pisar a linha e passar muitas vezes para o outro lado. E porque é que tens de fazer tudo? Porque o mundo em que vives a isso te obriga. Porque só falta pagarem-te para cresceres antes de tempo e trabalhares para sustentares o país em que vives. Não percebo porquê passam uma vida inteira a perguntarem-te o que queres ser quando cresceres se ao fim ao cabo, são poucos os que sobem naquilo que desejam realmente e são imensos aqueles que ficam pelo caminho porque as únicas que pessoas que os podiam ajudar lhes viraram as costas. Incrível é, quando essas pessoas, são aquelas que te chatearam sempre para saberem o que querias fazer da tua vida. Vida essa que nem sabias muito bem o que era ainda. Os anos passam e o teu conceito de vida vai ficando cada vez maior, cada vez mais complexo e se te perguntarem o que achas dela, ou dizes que não sabes como descrever ou não respondes. Depois tens o outro lado, que é a coisa mais comum do mundo, perguntam-te se a tua vida te corre bem e tu como és muito modesto ou dizes "mais ou menos" ou "sim" só para parecer bem, no meio de um grande aglomerado de pessoas lá vem alguém que se digna a dizer a verdade "não".  E quem é que se preocupa com isso? Ninguém. A maior parte das pessoas só se preocupa com o dia de amanhã a outra parte só se preocupa com as coisas a longo prazo. Para muitos o futuro só passa por aí. Não, não é assim, então e o segundo seguinte? o minuto que aí vem? a hora que está para vir? Todas estas por mais pequenas que sejam passam por um futuro, seja ele próximo ou longínquo. O futuro é das coisas mais complexas e indefinidas que eu já vi, juntamente com o tempo, com o amor, com muitas e muitas coisas abstractas que não podes ver, mas podes sentir e sabes que existem porque alguém disse que existiam e todos os outros passaram a acreditar. Se há quem diga que só acredita no que vê como é que acreditam nos sentimentos, no tempo, no próprio futuro, no vento...entre outras e outras coisas. As pessoas são estranhas. Entende-las é das coisas mais complicadas que eu já vi. Só sei que estou aqui agora, já estou farta de pensar no que fazer amanhã ou depois e ainda não cheguei a conclusão nenhuma. Tenho medo de não chegar ao que quero, mas também vejo tudo isso muito longe. Vou escrever para o meu futuro, não dizer o que irá acontecer nele mas vou pedir para que não seja mau, que seja mais pacato do que o passado e mais simples do que este presente que ando aqui a viver. Vou pedir não que me dê tudo o que eu quero mas que me diga como lá chegar. Vou pedir que me deixe ser livre o suficiente para alcançar o que hoje não penso alcançar. Vou pedir que me transforme das melhores pessoas do mundo, porque tendo em conta o que se vai passando em meu redor, já devia ter um lugar no céu, no mínimo. Vou pedir que permita que a minha felicidade dure mais que dois dias , que faça algo que me realize assério - mesmo sem hoje, sem neste preciso momento eu saber o que essa coisa possa ser - e que faça de mim uma grande mulher. Vou pedir ao meu futuro que um dia eu possa responder : eu quis ser isto, hoje sou o que quis e sim a minha vida corre-me bem, muito bem. Obrigado.


Ps: Pensando bem, tenho saudades de subir aquele palco.

25 janeiro, 2011

Precisas de alguém

"No fim de tudo se analisar-mos bem as coisas, só precisamos ter alguém por perto. Então optamos por quem queremos ao nosso lado. Depois de o fazermos acabamos por ficar por perto por muito que as magoemos. As pessoas que ficam connosco até ao fim de tudo são as que temos de manter guardadas. O perto pode ser tão perto que incomoda, mas ás vezes essa invasão do nosso espaço, é tudo o que precisamos." (Grey's Anatomy)

Por muito que tentes, por mais que queiras pensar que consegues safar-te sozinho, por mais que digam que o mundo é um lugar de bichos onde cada um quer apenas saber de si, passando por cima de tudo e todos para chegar onde quer. Eu e tu sabemos que não é bem assim. Porque se assim fosse, nunca seríamos o que somos hoje. É difícil chegar longe no mundo em que vivemos é sim, mas não é impossível. E não nunca o conseguirás fazer sozinho, haverá sempre alguém a observar-te e a apoiar-te mesmo sem sequer sonhares com isso. A cada dia que passa, mil e uma coisas acontecem, umas boas outras más. É assim a vida. Por muito que passemos, quando chegamos ao fim, sabemos sempre que temos que agradecer a alguém por não nos ter abandonado, mesmo quando nós pedimos muito para que isso acontecesse. Quando nos farta-mos de pedir "deixa-me sozinho. deixa-me ser eu a resolver. eu vou conseguir", há sempre um alguém que é mais teimoso que nós e fica do nosso lado, pode até manter-se calado e fingir que não se está a importar. Pode até não olhar para ti e dizer uma palavra que seja. Pode até fingir que és invisível. Mas está lá. Está lá para ti, encontrasse a teu lado a espera do momento em que de repente te vais virar e fazer qualquer tipo de pergunta, em que vais pedir um abraço que seja, em que vais precisar de um ombro para chorar. Isto acontece sempre. Todos os dias, só as razões mudam. Óbvio que nem sempre as razões são as mesmas. Aquele que está lá quando precisas de chorar hoje, amanhã está a teu lado quando precisares de rir, quando quiseres saltar e dançar no meio da rua, quando a tua felicidade for mais forte que tu, for impossível de controlar, e aí não te vai mandar parar nem tapar a cara, simplesmente vai fazer o mesmo que tu. Por muito que quisesses manifestar a tua felicidade sozinho, aquele alguém volta a estar a teu lado.
É com o passar do tempo, com a mudança de idade, com as tuas mil fases de crescimento, com os teus comboios e comboios de problemas ou felicidades que ao longo do caminho vais escolhendo aqueles que queres a teu lado, uns vão, outros ficam, outros vão e voltam, mas os verdadeiros aqueles que tu nem precisas chamar, não precisas dizer uma palavra, não precisas ligar, mas estão lá, são aqueles que vêm uma vez e para ficar. São aqueles que te prometem o "para sempre" e com ou sem dificuldades acabam por ficar mesmo. Esses, são os que vais optar para ter contigo. São os que te vão completar. Aqueles que sempre te fizeram rir quando querias chorar, sempre fizeram barulho contigo quando devias estar em silêncio, que te disseram as verdades quando não estavas disposto a ouvir, que te obrigaram a abrir os olhos quando não querias ver a luz, que passaram noites inteiras a teu lado a falar contigo ou a olhar para ti, os que te levaram a sair e tomaram conta de ti quando estavas a cair de bêbedo, que atenderam o telemóvel por ti, que mentiram aos teus pais para te livrar a pele, que se vão mantendo ao teu lado quando queres estar sozinho...É com estes que és mais ingrato, é a estes que mais magoas, é nestes que descarregas quando estás irritado, é destes que te afastas quando te chateias, por muito que os ames, é a eles que muitas vezes fazes as maiores asneiras. Mas no fim, é a eles que pedes as maiores e mais sinceras desculpas, e sentes o quanto é bom tudo voltar ao normal. É por eles que choras, é por eles que esperas ansiosamente pelo dia seguinte, é por saberes que eles estão lá para ti aconteça o que acontecer, que não tens medo de arriscar. É por eles que fazes tudo e aceitas coisas que jamais aceitarias, é para veres um sorriso na cara deles que mandas a tua piada mais seca, é para os acordar em dias de ressaca que abres as cortinas logo bem cedo, é para os chatear que na praia lhes mandas com areia quando eles saem da água, é para veres os seus olhos brilhar que te atreves a dizer a tua melhor frase e a dar o teu melhor abraço. É por estes e com estes que te tornas tudo o que és. É destes que vais precisar sempre, porque ninguém sobrevive sozinho. São estes que fazem de ti quem és. És tu que fazes dele o que eles são. São estes juntamente contigo que formam um todo, aquele todo que te vai ajudar a progredir dia após dia. É este todo, que vai estar a teu lado sempre, por muito que se magoem uns aos outros, há sempre coisas que vão valer mais que qualquer zanga, há sentimentos que nascem para jamais morrer, já amizades que nascem para nunca serem destruídas. São raras, mas existem. A tua pode ser uma delas. São estes que por muitas vezes aches que te estão a sufocar, apenas estão a servir de pilar para o teu mundo não cair sobre ti por muito que naquele momento penses que é isso que está a acontecer. E um dia vais perceber que por muito que te sintas apertado dentro do teu círculo, que por muito que sintas que o teu espaço deixou de ser respeitado...acaba por saber-te bem tê-los dentro da tua esfera, dentro do teu mundo, dentro de tudo o que é teu. Porque os verdadeiros, sabem sempre respeitar o espaço do outro e não o invadem, apenas ajudam a suportá-lo quando ele está prestes a desabar, mantendo-te protegido daquilo que é teu e se vira contra ti, quando menos esperas.



18 janeiro, 2011

Antes e depois de tudo

"O amor está antes e depois de tudo. Nunca se esquece, nem se apaga, porque há sempre uma maneira de o viver." ("A minha casa é o teu coração", Margarida Rebelo Pinto)

Amor, uma das palavras mais pequenas mas que faz parte das que têm o maior significado. Salta de boca em boca com a  maior das facilidades, anda de coração em coração com grande dificuldade, pois bem tenta...ele tenta, mas não chega a todos. Por incrível que pareça muitos insistem em não senti-lo ou em ignorá-lo simplesmente. Tem tantos e tantos significados, pode ser sentido de tantas e tantas maneiras, pode expressar-se de outras tantas. Pode ser tudo e pode não ser nada. Pode fazer de ti a pessoa mais feliz do mundo e causar grande tristeza na maioria dos teus dias, quando vivido sem chama que o alimente. Já ouvi falar de amor, já o senti, já vivi para ele, já deixei de acreditar que ele existia, já voltei a alimentá-lo e ele já voltou a crescer. Mas adorava saber, assério que adorava mesmo, como é que sei, como é que sabemos que o amor é o amor, se nunca ninguém o viu, nunca ninguém falou com ele, nunca se conseguiu que houvesse alguém que respondesse a todas as questões que ele trás agarrado consigo,nunca houve ninguém que o explicasse. Mas toda a gente o descreve, cada um há sua maneira, é certo. Mas todos o fazem. Até aqueles que nunca o sentiram, experimentam fazê-lo nem que seja baseado naquilo que vão ouvindo de esquina para esquina. É um sentimento enorme, o mais complexo e o mais simples, o mais doloroso e o mais feliz, o mais tolerante e o mais intolerante, o mais irracional e em simultâneo o mais consciente, o mais puro e o mais manipulado...o mais esperado e o menos conquistado. Sim, todos esperam ansiosamente por ele (até mesmo os que se fazem de fortes e dizem que vivem bem sem ele, de uma maneira ou de outra todos eles amam, nem que seja a si próprios), mas nem todos o conquistam. Ele não anda aí debaixo daquelas pedras a que todos os dias sem querer vamos dando pontapés e seguindo caminho como se nada fosse. Podíamos começar a olhar para trás, nunca se sabe se não é essa pedra que vai mudar a nossa vida.
Um amor, um verdadeiro amor, não vai e vem...não, só vem...o ir, é relativo. Ele fica sempre, pode é passar a ser vivido de outra forma. Sem dor, sem desejo, sem vontade de o alimentar. Mas ele está lá. E lá irá sempre ficar. Vivas o tempo que viveres, conheças quem conheceres, passes por onde passares, ele vai estar lá..sempre naquele cantinho recolhido do teu coração. Ninguém disse que nascemos para amar uma pessoa, nascemos para amar simplesmente, em número indefinido. Ama hoje, amanhã e depois. Ama a mim, a ela, a ele e ao outro. Ama com tudo o que tens e com o que não tens. Com o que já chegou e com o que está para vir. Com tudo o que podes dar, mas sem esperar receber. Ama e amado serás. Ama de todas as maneiras que poderes, fá-lo de várias maneiras com a mesma pessoa. Faz, porque é assim que tem de ser. Da mesma maneira que não nascemos só para amar uma pessoa, também não temos que sentir uma coisa por cada um daqueles que amamos, podemos sentir muitas. O que é verdadeiramente importante, é não misturar esses sentimentos todos. É dífícil não o fazer, mas com o tempo aprendes. Dois tipos de amor que nunca se podem misturar, porque são preciosos e tanto te podem fazer feliz como fazer-te sentir um trapo, são amor que te faz sentir desejo pelo outro, que te faz querer ficar ao lado dele todo o dia, que faz com que um toque te arrepie, com que uma mensagem faça o teu coração bater desalmadamente e o amor que sentes pelo teu melhor amigo, o amor que te faz ter necessidade de protecção e de proteger, que te faz acreditar e lutar acima de tudo, que te faz rir até te doer a barriga e te faz chorar sempre que soam as verdades nuas e cruas...faças o que fizeres, por muito que sintas os dois pela mesma pessoa, nunca os mistures. Porque um passo em falso e do ter tudo passas a ter nada. Ama, ama com cuidado. Sente o que podes e o que não podes, só assim serás feliz e saberás o que é amar. 

07 janeiro, 2011

My happiness

"A felicidade humana geralmente não se consegue com grandes golpes de sorte, (...) mas com pequenas coisas que acontecem todos os dias."(Benjamin Franklin)
 

"Please keep fighting, together we can build something beautiful."

   A felicidade faz-me voar..voar alto por sítios que nunca tinha pensado existirem. Faz-me ficar com uma energia que contagia até a coisa mais imóvel à face da Terra, faz-me rir até chorar, consegue dar-me vontade de cantar e dançar no meio da rua, faz-me sentir borboletas na barriga e sentir as pernas a tremer, pensando que vou a qualquer momento estatelar-me no chão. Esta felicidade é uma força da natureza, é como uma paixão, bate forte e é muito bom , mas passa depressa. É bom viver no mundo à parte nem que seja por uns meros segundos, minutos, horas ou quanto muito uns dias...mas é muito melhor voltar a realidade e voltar a ter noção do que é real , do que realmente se passa, exactamente como é bom sonhar mas é melhor ainda acordar e fazer com que esse mesmo sonho se torne real. Muita da minha felicidade passa por um alguém. Tal como a tua, a dele, a do outro e a de todos os seres capazes de a sentir , seja de que maneira for. Podemos ser felizes sozinhos? Podemos, mas não completamente. Serás feliz verdadeiramente quando voares como eu e sentires que és livre de o fazer. Há mais de mil e uma maneiras de ser feliz, enumerá-las todas é difícil, senão mesmo impossível. Mas só é possível para quem é capaz de a sentir . Isso sim é bom, sentir...sentir  de todas as formas e mais algumas, sozinho ou acompanhado, sorrir ou mandar gargalhadas, sentir o coração bater ou fazer alguém senti-lo, falar com o boca ou com um olhar, gritar aos sete ventos ou pronunciar-se no silêncio. Somente sentir. A minha felicidade faz-me fazer coisas inesperadas, faz-me surpreender-te. A minha felicidade é a tua felicidade. Por isso, ela fez-me pensar. Chegar a conclusões? Nem por isso. Torna-se difícil encontrar soluções quando todas as possíveis saídas são sempre más para alguém, se não for para mim é para ti, se não for para nenhum de nós é para outro ou ainda outro. Não, não vou dizer-te o que fazer, vou como me ensinaram, dizer-te só que sinto, o que senti e o que vou continuar a sentir. Vou ser eu. Vou aproveitar o momento e depois logo se vê. Afinal de contas tem sido sempre assim. É assim que estamos bem, e aconteça lá o que acontecer o que eu não posso perder é a nossa felicidade. Aquela que sentimos quando estamos lado a lado. Da mesma maneira que não te vou pôr escolhas que possas ou não fazer, porque por muito que quisesse não ia poder estar mais presente do que aquilo que estou agora. E mesmo sendo pouco é bom, muito bom. Muito nosso. Não, não vou tirar-te o que já tens nem dar-te muito mais que isso. Vou ficar a teu lado para tudo como já te prometi. Vou sentir o que sinto contigo, vou ser feliz . Vamos ser felizes. Nem que seja por escassos momentos.

Ps: "It's hard to wait around for something that you know might never happen. But it's harder to let go...when it is the only thing you want."

03 janeiro, 2011

Rainbow of love

"Aprendi a não fazer nada quando aquilo que mais
quero não depende só de mim." (Margarida R. Pinto)
Ela gostava. Gostava de ver como o arco-íris. Não queria desvendar as lendas que se contam, não queria descobrir o seu fim e muito menos encontrar o tesouro. Apenas confessou que cada vez que abre os olhos deseja ver tudo nas mais lindas cores, naquelas cores, e sentir das mais variadas maneiras, de acordo com a tonalidade de cada uma delas. Ela queria dar significado ao mundo através daquelas sete manchas coloridas que aparecem no céu nos dias em que a chuva e o sol aparecem em simultâneo. Ela um dia abriu os olhos e viu. Viu como sempre desejou...abriu os olhos e deixou-se voar sem tirar os pés do chão. Viu tudo o que queria da maneira que queria, e sentiu de forma que não sabia que ia sentir. Não imaginou, viveu. Estava lá e jura a pés juntos que o fez da forma como sempre esperou.  Encontrou no horizonte uma mancha enorme vermelha e pensou no amor. Reconheceu-o mais facilmente do que pensava, pois afirma que nunca o sentiu verdadeiramente para saber o que era. Nunca o viu para lhe poder atribuir uma forma. Apenas sabe que pode magoar bastante o órgão vital, a que todos dão o nome de coração. Assim, sentiu-o como nunca o tinha sentido. Sentiu-o como se ele se apoderasse dela e fizesse dela a pessoa mais feliz do mundo. Sentiu-se como que, desejada por si mesma. Enquanto procurava palavras para descrever uma sensação indescritível, encontrou uma mistura de cores que dificilmente conseguiu reconhecer. A muito custo apercebeu-se do laranja a pairar pelo ar, do amarelo reluzente que queimava os olhos como se do próprio sol se tratasse. Cruzou-se com o verde e encheu-se de um sentimento que já desconhecia por há muito não se cruzar com ele, como se cruza com as vizinhas todas as manhãs quando sai de casa. Encontrou a esperança que precisava para conseguir definir os objectivos chave que faltavam para concluir aquele tão grande sonho que tinha - amar. Construiu sonhos e idealizou o príncipe que ia governar com ela o seu reino encantado. Conseguiu ir mais longe do que aquilo que algum dia imaginava. Não esperava que fosse tão puro tudo o que se apresentou há sua frente, limitou-se a fotografar com a sua memória o que via e descrevê-lo num silêncio profundo. Lá ao longe, depois de uma mistura mais que perfeita pareceu-lhe ter o céu e o mar em direcção a si, viu aqueles tons de azul misturarem-se como se estivessem perto de se devorar um ao outro. Um mais claro e outro mais escuro...um o caminho para o sucesso e o outro os obstáculos a ultrapassar. A meta? concretização de todos os sonhos. Quando pensava ter acabado. Quando sentindo-se satisfeita já não esperava mais, uma mancha violeta espalhou-se em redor de tudo como se estivesse prestes e engolir o que aparecia há sua frente. Teve medo e fechou os olhos. Não contou o que viu. Voltou a abrir e tudo tinha desaparecido. Meia perplexa e sem livre fluidez de palavras apenas disse: é possível, eu vi como sempre quis ver, vi como o arco-íris.