21 dezembro, 2010

Suave furacão...

"Eu não sou como muita gente: entusiasmada até à loucura no princípio das afeições
e depois, passado um mês, completamente desinteressada delas. Eu sou ao contrário:
 o tempo passa e a afeição vai crescendo, morrendo apenas quando a ingratidão
 e a maldade a fizerem morrer." (Florbela Espanca)

Escusas de vir a correr cheio de pressa. Escusas de pensar que vais chegar e entrar sem pedir autorização como um furação que invade algum lugar sem pré-aviso. Escusas de imaginar que vens tens e vais embora satisfeito da vida, como se nada fosse. Podes vir, mas vais esperar o tempo que eu precisar, vais andar passo a passo, muito devagar e suavemente, vais conquistar tudo a pouco e pouco. Porque o que é verdadeiro leva tempo, não muito nem pouco mas o necessário. E aviso já que vai demorar, a armadura de ferro que criei em auto defesa é bastante difícil de corroer. Vies-te, abri-te a porta, agora a afeição cresceu devagar devagarinho, mas cresceu. Está enorme, mais do que queria e menos do que esperava. Envolveste-me num enorme temporal de emoções, derrobaste-me com as tuas rajadas de carinho, arrastaste-me com a intensa chuva de cumplicidades por caminhos onde não entraria, congelaste-me com  o frio enorme envolvido no calor intenso do toque da tua mão na minha, esmagaste-me suavemente com a força protectora da envolvência do teu abraço. Gosto mais que muito do que nasceu. Gosto mais ainda do que ainda está para nascer. Sim, porque se podemos mais do que imaginamos, eu imagino muita coisa, se posso ter mais que isso, hei-de ser a pessoa mais feliz do mundo. Vies-te para ficar, espero. Eu quero que assim seja. Mas, desde já digo que se por algum motivo magoares o que foi crescendo e arranhares a imagem que criei, vais...mas vais mais depressa do que chegas-te. E não, não voltas .

Ps: I really like you.

20 dezembro, 2010

um mais um, dois !

É pesado o vazio que aperta com toda a força contra as paredes, não se sabe muito bem de onde. É difícil saber, espalhou-se a velocidade da luz por todas as partes de um corpo. É forte, rouba-lhe forças, trás vontade de agarrar algo com todas as mais pequenas amostras de força que vai conseguindo arranjar, para enganar o que quer que seja esse tal vazio que se vai propagando. Todos os segundo são cruciais, todas as horas contam, todos os dias aumentam um pouco mais a vontade de sentir aquela presença, todas as semanas aumentam o tempo que esse corpo vai esperando por aquele olhar, aquela mão, aquele abraço quente e forte...
Todos os dias - sem deixar  escapar esse ritual um só dia - pensa na hora que o dia vai chegar, na hora em que vai poder sentir-se livre, transformando todo o vazio até então acumulado - a que entretanto conseguiu dar o nome de saudade. Tão indefinido como o seu significado, é certo -  em conforto e desejo incontrolável de sentir tudo aquilo que cada corpo tem direito. Tudo aquilo que vai fazer com que um mais um se torne dois. Onde tudo o que é de cada corpo passa a sentir-se num só. Mesmo que , unidos apenas por um entrelaçar de dedos, pela distância de um olhar ou apenas pela partilha de um silêncio.
O tempo passa, a chuva cai, o céu está cada vez mais escuro...e esses corpos continuam a espera um do outro !

15 dezembro, 2010

"A vida não consiste em ter boas cartas na mão e sim em jogar bem com as que se tem ." (Josh Billings)

Baralho incompleto, um jogo sujo e um final assustador. Um deu as cartas o outro iniciou o jogo.  Jogadores natos ou inexperientes, o que é certo é que o jogo continua... dia após dia. Ninguém dá parte fraca, os resultados não estão há vista. O fim, parece longe. Mas, não significa que de facto esteja. Roubam trunfos um ao outro, alcançam metas inicialmente impensáveis. Agarram-se mais e mais. Ultrapassam limites. Só uma voz se ouve no fundo, torna-se ensurdecedor, grita incessantemente em silêncio : "Como pode ser tão bom, esse mal que tu me fazes, que me obriga a ir a jogo sem figuras nem ases". É um eco tão profundo, saí do fundo da consciência e bate violentamente contra corações que se sentem no mesmo compasso. Tal é a envolvência naquele jogo proibido, que  nenhum dá importância às frases feitas que se soltam no ar. Vencedor? Aquele que aguentar até ao fim, sem medo do destino indefinido, das partidas inesperadas de um futuro incerto.

14 dezembro, 2010

The other side

"Todo o mundo, é bem menos misterioso do que se acha que é."
Nunca desejarias a felicidade se nunca tivesses passado pela tristeza, nunca gostarias do dia se não conhecesses a noite e vice-versa, nunca esperarias por alguém, ou por algum tipo de coisa se ele estivesse lá ou tudo te caísse aos pés. Em criança nunca ias querer dormir de luz acesa, se não tivesses experimentado deitar-te na escuridão, nunca ias ficar meses à espera do Verão se não vivesses três meses de puro Inverno. Nunca cairias na desilusão se não voasses mais alto do que a tua própria imaginação, que os teus sentimentos, que a tua razão, iludindo-te e ultrapassando limites. Nunca saberias o que é o bem, se não existisse o mal. Não conhecias o medo e a desistência, se não passasses por alturas de coragem e persistência. Nunca ias saber o que é sentir vergonha se estivesses sempre há vontade com tudo e todos. Nunca ias conseguir conhecer a cumplicidade enquanto não encontrasses alguém com quem, sem dares por conta, trocas-te palavras no mais puro dos silêncios. Provavelmente, nunca conhecerias a mágoa se não encontrasses pessoas que te magoaram quando menos esperavas. Nunca saberias quem são os teus verdadeiros amigos, se não andassem por aí espalhados quantidades exageradas de falsos amigos. É complexa, a forma como vamos descobrindo tudo o que nos rodeia, a pouco e pouco...passando muitas vezes por fases maravilhosas e fases  menos boas que fazem parecer que o mundo ruiu e os nossos desejos deixaram de ser ouvidos, seja lá quem for que se dá trabalho de os escutar.
É  de facto incrível a forma como tudo tem uma capacidade enorme para nos fazer amar e odiar, gostar e não suportar, querer ouvir ou até, desejar que aquele som não existisse, esperar calmamente ou esperar com desejo de fugir para nunca mais voltar, querer  mais que tudo ou desejar que nunca tivesse existido. Procurar incessantemente até não poder mais ou simplesmente partir, deixando tudo para trás. Lutar com todas as forças, até aquelas que não sabíamos que tínhamos e desistir por falta de vontade ou razões que nos façam continuar. Como é que podem ser coisas diferentes a fazer-nos sentir de forma diferente, ou então a grande questão, como é que a mesma coisa pode fazer-nos sentir, coisas tão boas e más em simultâneo? Porque é que o que é bom, não pode ser só bom, sendo também mau, porque é que o que nos faz amar não pode só fazer-nos isso, mas insiste em conseguir também fazer-nos odiar com todas as nossas forças. Como é que a mesma razão, nos pode fazer chegar onde nunca chegamos, e por outro lado fazer-nos desistir do dia para a noite? Uauuu, complexo isto, menos do que parece e mais do que desejava.
As coisas não são mesmo o que parecem. Todas elas têm como função mostrar-nos algo que nem pensávamos existir, fazer-nos sentir coisas que nunca sentimos, sermos pessoas melhores e piores. Sim, tudo o que nos rodeia transforma o que somos, aquilo em que acreditamos, aquilo que esperamos dos outros e o que os outros esperam de nós.
Ah, e essa conversa que nos tentam meter na cabeça do anjinho e do diabo que nos fazem pensar coisas boas ou más e que só podemos seguir um deles, é muito bonita enquanto acreditamos que isso pode ser possível, e tentamos sempre seguir só um deles. Mas no fundo, somos a mistura completa e absoluta dos dois, um manifesta-se em função do outro, em função daquilo que o que se encontra em nosso redor, nos faz sentir naquele momento. Somos tudo aquilo que o meio que nos rodeia faz de nós. Somos uma e outra coisa, somos carne para o nosso próprio canhão.

10 dezembro, 2010

In my head...

...Em tempos vi príncipes em contos de fadas, casas de chocolate em cidades imaginárias, arco-íris sem fim à vista em céus azuis em dias de desentendimento entre sol e chuva, chapéus-de-chuva de todas as cores, alegria e vontade de viver, jardins cheios de flores lindas e enormes, ruas cheias de pessoas, brilho nos olhares, principalmente nos indiscretos que são supostamente para não serem vistos por outrem. Vi histórias com princípio, meio e fim...feliz por sinal. Vi filmes passarem para a realidade, capacidade inata para amar, persistência e vontade de lutar....
....Hoje, vejo bandalhos a quem podemos dar o nome de sapos, montes de betão a ocupar estas cidades extremamente reais, os arco-íris , esses ainda se mantém nos mesmos céus azuis mas em diferentes dias de desentendimento entre o mesmo sol e outra chuva...alguma coisa que se mantenha! Vejo espécies de jardins com flores, murchas e minúsculas, ruas cheias de gente em vez de pessoas, será possível habitar serenamente num mundo onde existe cada vez mais gente e menos pessoas? Tenho algumas dúvidas. Quanto aos olhares brilhantes? Vamos esquecer isso, são cada vez mais apagados e os que brilham não é por natureza, não é espontâneo, não é pelo acordar com vontade de viver, pelo bom decorrer da vida, podem brilhar por razões da natureza, mas não daquela a que me queria referir. E os olhares supostamente indiscretos?? Deixaram de o ser, não há nada como ser totalmente descarado hoje em dia, não importa o que está há volta. Quer-se olhar? Olha-se e pronto. Seja, lá qual for a intenção, a ideia a passar ou o que os outros vão pensar. Vejo histórias, com princípio e fim, o meio ficou perdido em tempos antigos, vive-se tudo a correr, que a construção da história fica para depois. Óbvio dá mau resultado, como era de esperar. Nunca vi ninguém construir um castelo de cartas sem fazer primeiro uma base, bastante sólida, que realmente é o que é necessário nos dias que correm, ou existe isso, ou esqueçam lá as lindas histórias de príncipes e princesas em castelos enormes e bichinhos que falam. Quanto muito, um castelo de areia na praia de Carcavelos, com montes de bruxas há volta que tal como as ondas vêm e levam tudo o que levaste imenso tempo a construir. Sim, porque fazer castelos, mesmo que sejam de areia não é fácil.
Se em tempos vi os filmes a passarem para a realidade, agora vê-se a realidade a passar para os filmes, não deixa de ser inédito e uma coisa extremamente empolgante, sempre dá trabalho a mais algumas pessoas, nem que sejam actores amadores que nem sabem fingir que choram! Onde isto já vai.
Capacidade inata para amar? upa upa, quanto muito é adquirida , ao longo do tempo e a muito custo. A persistência e a vontade de lutar pelo que se quer, está cada vez mais substituída pela desistência imediata e a falta de esperança, capacidade de esperar, vontade de chegar ao fim e conseguir. Seja lá como for, é assim que vivemos hoje, amanhã logo se vê o que muda. Enquanto isso ficamos a ver em vez de agir, quando podíamos fazer alguma coisa, não para mudar o mundo, ninguém muda o mundo sozinho, mas se todos fizessem qualquer coisinha, isto ficava melhor.

06 dezembro, 2010

Ser jovem em 2010

                                              “O homem nunca encontrou uma definição para a palavra liberdade.” (Abraham Lincoln)

Só porque há trabalhos que devem ser mostrados, porque há esforços que devem ser valorizados, porque há professores super chatos que nos mudam os trabalhos nas vésperas da entrega, porque todo o trabalho foi imenso, porque adorámos o que fizémos, porque nos sentimos bem naquilo que mostrámos, porque o trabalho foi excelente...O que é ser jovem em 2010 :


O que é ser jovem? Quais são as prespectivas de um jovem da actualidade? Como é que nos relacionamos com o mundo? Tantas e tantas questões. Este trabalho foi uma surpresa, não só ele próprio como os próprios resultados, entramos nele com uma expectativa, esperávamos seriamente obter um resultado e obtemos um completamente diferente. Não é que, em vez de serem as raparigas a querer formar uma família, obter um emprego , ter uma vida estável , são os os rapazes que assim o preferem, as raparigas pensam fazê-lo sim, mas não por esta ordem, preferem primeiro a estabilidade profissional e depois então a família e o resto. Quais as maiores diferenças da mentalidade da nossa gerção para a geração dos nossos pais? Entre muitas outras, destacam-se : Estudos, Responsabilidade e Tecnologias. Se antes se estudava menos e trabalhava-se mais, agora estuda-se mais, sabe-se menos e trabalha-se menos, o sentido de responsabilidade é cada vez menos e mais tardio...enfim, é sempre a cortar. Huum, Glossário de um jovem? Quais são as palavras que são seriamente indispensáveis nos jovens de hoje? Entre muitas, os mais importantes : Família, Sedentarismo, Escola, Privacidade, União, Stress, Internet, Motivação, Facilitismo e por fim Liberdade. Somos jovens, somos complexos, temos sonhos, arriscamos, temos medo de errar, somos persistentes e não queremos desistir tão facilmente como muitas vezes estão há espera, agimos quando temos que agir, pensamos..sim pensamos, embora muitos achem que não. Os tempos mudaram, as mentalidades acompanharam essas mudanças (algumas, nem todas), nós evoluímos juntamente com o mundo que evoluí há nossa volta, a cada segundo que passa. Esperamos sempre mais? E então? Temos muitas coisas más, sim...não somos perfeitos, nunca fomos, nunca seremos, a perfeição não existe, não é verdade? E escusam de vir cá os pais dizer que "na minha altura não era assim"  pois não...era pior, notava-se era menos.

02 dezembro, 2010

It's Only Love



! - "I'm scared of falling in love with you"
!! - "Don't be"
(...)
! -"But I've been hurt before"
!! -"I know.That's why I only want to make you smile."