08 novembro, 2010

Mar


Melides - 07 de Novembro,2010. 12.03H

Quem me dera que as ondas deste mar fossem assim sempre, sim é raro a água estar desta maneira, estão sempre ondas enormes, mas quando digo enormes são mesmo enormes, têm sempre sensivelmente o triplo do meu tamanho. Em anos, apanhei a praia assim, meia dúzia de vezes, e foi no Verão, nunca no Inverno. Como me apeteceu entrar naquele mar.
Adoro a praia, adoro a areia, adoro o mar. É lindo estar na praia no Verão, é Perfeito passear na praia na Primavera, é Incrível passear na praia no Outono, é Fantástico passear na praia no Inverno. Quero isto todo o Ano. Quatro estações do ano, quatro maneiras diferentes de observar o mesmo espectáculo. Sim, é tão diferente. É diferente o ver e o ser visto. Na Primavera passear na areia meia molhada, alguns barcos e pouca gente em nosso redor, casacos finos só para não arrepiar com aquela pequena aragem, são muitos os pássaros a voar sobre aquele mar, ao vê-los desejamos voar tão alto e ser tão livres como eles. No Verão mar geralmente calmo, muita gente, pouca roupa, divertimento, o espetáculo da natureza fica para ver mais tarde. É espantoso, não tens tempo para pensar em nada, apenas aproveitas todos os momentos para uma brincadeira com os amigos. É tanta agitação. No Outono, areia molhada, mar agitado, algumas pessoas a passear, uns dias mais claros que outros , vento forte e frio a bater-te na cara, parece que vais gelar ali, perante aquele espetáculo. Apenas esperamos poder continuar a vê-lo durante muito e muito tempo, sendo parte integrante dele. No Inverno, é fantástico, sim é mesmo, o mar está agitado, está frio, muito frio, a areia está molhada , as ondas são enormes parece que vão engolir tudo em seu redor, rebentam com uma fúria imensa, ficas ali perplexo, simplesmente aprecias. Não está ninguém, sentes-te pequeno perante tal força da Natureza. Se estás sozinho podes até sentir medo, se estás acompanhado aposto que a reacção mais espontânea é abraçares-te a esse alguém como se não houvesse amanhã e ficam ali, a observar. Pensas, imaginas como foi e como podia ter sido, são memórias e memórias que fervilham dentro da tua cabeça ao olhar para aquele mar,  a forma como as ondas vão e voltam,como se formam e como rebentam, muitas vezes caí uma lágrima que no meio de todo aquele mar se torna invisível, mas pesada demais para se aguentar cá dentro, pesa demais no coração, sai pelos olhos. É bom, sais mais leve, se tinhas vontade de fugir , ela própria acaba por fugir sozinha, ganhas anos de vida e um sorriso no rosto.
Pensas-te imenso e nada mudou, uma coisa é certa, as ondas do mar são tal e qual os ventos, pois, os que as vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar... Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre !

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