04 fevereiro, 2011

A história que não podia ser minha...


Vivia dentro de casa. Presa. Completamente. Não podia sair, não podia ver este ou aquele. Não adiantava pedir autorização para nada. Os seus pais não sabiam o valor dessa mesma palavra, não sabiam o seu significado. De certo achavam que ela era uma peça lá de casa que não se podia partir, que tinha de ser protegida de tudo e de todos, sem saberem qual a verdadeira definição da palavra protecção. Afastavam-na do mundo, não aprovavam amizades. Não sabiam amá-la. Na verdade não sabiam nada. Nem a sua própria filha conheciam. Aquele namoro que descobriram, acabaram com ele. Sem alguma vez se preocuparem se esse seria o rapaz que ela queria a seu lado. Saí-lhes mal. Não, Não tinha sido esta a vida que ela escolheu um dia viver. Ela tinha sonhos, só queria uma vida normal, queria liberdade. Queria o valor que realmente merece. Aquele que nunca lhe quiseram ou souberam dar. Queria que percebecem que ela cresceu, que se tornou mulher, e que aprendeu muita coisa. Que dá valor aquilo que outros nunca dariam. Não o perceberam, como seria de esperar.
Um dia ela encontrou um amor maior, mais forte, mais verdadeiro. O verdadeiro amor da sua vida. E viveu-o, debaixo do nariz deles durante anos, dentro das paredes daquela casa que eles todos os dias e todas as noites habitavam, eles nunca sonharam. Ele partiu. Foi para longe. Os caminhos da vida deles descruzaram-se de um momento para o outro, depois de tanto terem lutado para se manterem juntos. Teve que ser assim. Ela ficou triste, fugiu da vida. Esqueceu-se de viver. Estava vazia. Não se sentia ela. Não sentia nada. Andava apática dia após dia. Afastou-se do mundo. Fechou-se no seu mundo, criou uma autêntica esfera onde só ela poderia entrar, onde só ela sabia habitar. Onde apenas ela percebia o quanto doía o que estava a viver. Chorava por dentro e por fora, estava magoada. Mas ninguém o percebia.
Um dia alguém apareceu. Alguém a fez agarrar-se de novo à vida  por muito que o outro fantasma a assombre, mesmo sem ela querer. Mesmo sem sentir saudade. Mesmo depois de ter morto aquele sentimento enorme que anteriormente os unia. Aquele novo rapaz, aquela nova alma que apareceu na vida dela, fez-lhe viver de novo. Está feliz, não importa o que os outros dizem ou pensam.
Quanto aos seus pais? Nada mudaram. Ou secalhar até mudaram, ela saiu de casa um dia destes e eles nem deram pela falta dela. Ela voltou, como se nada fosse. Estava tudo no mesmo lugar. Só que agora tinha a certeza que podia fugir que não davam por ela. Tinha a certeza que estava ligada a alguém e que ia viver essa paixão da mesma maneira que viveu a outra. Debaixo dos narizes daquela gente lá de casa, sem que mais uma vez, eles sonhassem da existência dela. Ia continuar a arranjar esquemas para sair. Mas desta vez ia viver assério. Ia sentir-se feliz. Aprendeu a viver com o que tinha, agora a sua vida tomou um rumo, agora começou a ganhar sentido. E eu, estou aqui para ela.

 Nota: Do real ao fictício vai apenas um passo.

19 comentários:

  1. epá nem te conto as minhas aulas de Macs. Enfim, fui um dia bastante diferente, tás em que ano já agora?

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  2. Não entras-te porquê? Isso é mau :/ força para os exames e isso tudo :D

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  3. Andreia, a storyteller. Nem sempre os país nos compreendem, e nem sempre os compreendemos a eles. Ganhar a liberdade é uma conquista,o colocar da bandeira em nova terra.

    Keep going ;)

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  4. eu sou novinho ainda tou no 10º ;) acabas-te o 12º com média de quanto?

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  5. Isso não é um problema :)

    Mas obrigado por tentares querida <3

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  6. adorei o texto =)
    aqui esta a morada nova:

    http://nao-te-vou-dizer.blogspot.com/

    Beijinhos*

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  7. Essa também não poderia ser a minha história!
    Beijinhos !
    A seguir-te!
    Adoro o teu blog *.*

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  8. Amei, conseguiste retratar algo muito bem. Está fantástico twin +.+

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