02 fevereiro, 2011

Prisioneira de mim

Os dias passam, sempre iguais. Só a temperatura se altera, só os relógios continuam o seu trabalho, as pessoas a passar na rua são sempre as mesmas, só as cores que trazem vestidas mudam. Não que me faça muita diferença, para mim está tudo escuro. Tudo negro e assombrado. Não sei o que é, o que aconteceu, o que fez com que ficasse assim. Ou melhor, até sei mas não quero culpá-lo. Estou presa. Condenada parte da minha vida , por um erro que cometi, não por querer, não porque pensei nele ou porque o estudei passo a passo. Não foi um crime que fosse pensado ao pormenor. Aconteceu. Naquele local, naquele minuto, naquele momento...não o pude evitar. Eu tentei pensar, mas o meu pensamento não reagiu, não me ouviu chamar por ele. Das duas uma, ou me ignorou, a mim e à necessidade que tinha dele ou simplesmente foi apanhado por surdez repentina e perpétua. Sim, desde esse dia nunca mais me ouviu. Eu tento. Juro que tento, puxo por ele, chamo por ele, grito por ele mesmo quando estou em silêncio eu continuo, as forças podem faltar mas eu chamo por ele. Acho que a minha capacidade de pensar me abandonou sem pré aviso. Eu insisto em perguntar porquê me abandonou naquele momento em que mais precisei, logo no momento em que estava prestes a cometer um grande erro, mas não adianta. Para além de surdo ficou mudo também. A resposta nunca chega, nunca. E aí, eu continuo aqui presa, amarrada e sufocada dentro da minha esfera. É neste espaço minúsculo que sinto uma força dentro do meu peito a querer sair. Um órgão vital em mim. Sim, ainda bate, bate forte não sei se pelo que sinto por ti, se é só para me castigar por não o ouvir. Ou até por não fazer o que ele quer. Ele está magoado, tanto como eu. Doí. Mas mesmo assim bate como uma força da natureza. As suas paredes começam a ficar cada vez mais frageís e eu sem forças. Não quero, não consigo mais olhar para a janela e ver o que se passa dia após dia. Não consigo, porque por muita coisa que mude, eu nunca vejo. A chuva já não caí, as flores já não têm cor, o vento já não sopra, o sol já não brilha. Só a dor, só ela cresce. E eu, eu continuo aqui no meu canto, refugiada do mundo, presa no meu corpo, numa imagem tua que talvez eu tenha criado. Agarro-me como se fosses tu a fazê-lo. Faço-o, para de uma maneira ou de outra te sentir, mesmo que só na minha imaginação e por poucos instantes. Estou presa em mim, quando o único crime que naquele dia cometi, foi apaixonar-me.

Nota: Fictício.

7 comentários:

  1. porkita, nnc faças de alguem prioridade, qnd essa pessoa faz de ti opçao. qnd precisas de gritar tantas vezes para chamar a atençao de alguem e msm assim nao resulta, é sinal q precisas de repensar nas tuas prioridades, e nnc te esqueças q em primeiro lugar, estas tu e o teu bem estar. orgulha te de ti e dá o teu melhor a quem te dá o devido valor :) espero q tenhas aprendido qq coisa c isto tudo.. ly! you know

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  2. Thak you santó :)
    I know que podia ser uma história minha. MAs não o é, graças a deus ja não tenho esta fase em mim ha muito. Agora é tudo da minha cabeça :) heis a nova aposta do blog: Rise & Shine. :p

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  3. Esta tua nova versão está brutal.
    A sorte é que eles ficam surdos e mudos e paraplegicos, e sem cérebro também. o coração e tudo o resto fica frágil. ah naaa
    Sabes o que te digo? Nós nao precisamos deles para ser felizes, precisamos de nós para com eles sermos felizes.
    E quem tem culpa são sempre eles...sempre

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  4. ahah eles têm sempre culpa e um dia vao dizer: estás mais linda que nunca ahah és demais ;)

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  5. Acho que deves ser só tu, eu nunca fico ao pé dos stores que avaliam ahah.

    Mais uma vez, bom texto :)
    Agora bora lá escrever coisas alegres ! ahah

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  6. estas experiências têm que começar por algum lado mas o próximo é alegree ;)

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