19 fevereiro, 2011

A loucura da loucura

Como muitas outras inúmeras coisas, a loucura é só mais uma das que faz parte da categoria do relativo. Já vi pessoas fazerem coisas que eu não faria, chamando-lhes loucas. Já deixei de fazer muitas outras coisas por ter essa mesma ideia. Já vi outros, pegarem na minha ideia e executarem-na por para eles parecer extremamente normal. A linha que separa a loucura da normalidade, foi estabelecida por um alguém que nunca ninguém viu, mas que nos envolve todos os dias. Alguém que vale acima de tudo o resto. Alguém esse que falou mais alto que todos e se fez ouvir por toda a parte, atingindo grande parte dos seus ouvintes, que sem saberem porquê seguem o melhor que podem, aquilo que por acaso lhes chegou aos ouvidos. Se por distracção ou impulso um dia pisam a dita linha, acham-se ou acabaram mesmo por ser classificados de loucos. O certo, é que nem todos o ouviram, ou se ouviram muitos fazem questão de ignorar o que surgiu pelo ar e  fazer tudo ao contrário do que estava estabelecido.
E agora quem será mais louco? Aquele que saí de casa horas antes do acontecimento ou aquele que saí em cima da hora e vai a correr para lá chegar. O que usa o relógio no pulso todos os dias ou aquele que segue ao sabor do vento. O que dorme para sonhar ou o que sonha acordado. O que espera um dia conseguir voar com um pássaro livre pela Primavera fora ou o que voa dia após dias, por muito que seja em redor de sonhos e pensamentos que nunca serão divulgados? O que luta por um futuro indo buscar forças não se sabe muito bem onde ou aquele que desiste por achar que já mais irá conseguir. O que se senta à espera de se reconhecido ou aquele que se faz conhecer sem saber o que o espera. O que despeja o lixo todos os dias ou aquele que evita fazer lixo para não ter que o despejar. Aquele que compra um maço de tabaco ou o que vai pedindo cigarros a um e a outro só para não gastar dinheiro? O que se deita cedo para poder descansar ou aquele que se deita tarde e dorme uma tarde inteira. O que presisite mesmo com risco de perder tudo ou o que não arrisca por medo do mesmo. Será mais louco o que toma banho no Verão para se refrescar ou o que toma  banho no Inverno para se aquecer? O que vive rodeado de gente vivendo a sua liberdade ou o que se refugia sozinho achando-se livre também. O que se enrola na toalha antes do banho ou o que só o faz depois. O que abre as persianas de manhã para ser iluminado pela luz do sol ou que as abre durante a noite para dormir com sob a luz do luar?  O que come a sobremesa no fim da refeição ou aquele que começa a sua por ela. Aquele busca incesantemente a felicidade ou aquele que deixa o seu amor partir por não valer insistir em algo sem futuro deixando assim dois caminhos abertos para uma felicidade em vez de um único infeliz?
A Loucura e a dita normalidade, dois mundos distintos integrados num só ou um mundo dentro de mundos. Mundos esses criados por cada um de nós. Seremos nós todos normais rodeados por uma pequena quantidade de loucos. Ou seremos todos loucos rodeados por uma pequena quantidade de normais? Como é louca a loucura daquele a que chamam louco.

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